domingo, 17 de maio de 2009



Dormi e acordei

Diariamente adormecemos com o pensamento de que o dia que está por vir será diferente do que acabamos de viver. Que vamos acordar, trabalhar, dialogar, namorar, adormecer diferentes. Uma esperança insistente. E o que os mais antigos já diziam, é que ela é a última que morre. Muitos fatos influenciam por esta ânsia pelo dia de amanhã, pelos nossos futuros atos e ações, e reações. Talvez sejam as recordações do passado, talvez seja a dor do presente, e quem sabe seja a curiosidade por este mistério que é o amanhã. Porém, embora, contudo e, entretanto, acredite! Viver o dia chamado “hoje”, sem se prender ao passado, e estar preparado, confiante e objetivado pro futuro, é o melhor que se pode ser feito.


Canto Castigado



Nessas noites em que paro pra pensar
Nas histórias que eu mesma construí,
Debaixo do sol que nunca se esfria
E dos astros que me cantam distraída.

Percebi minhas canções em forma de poesia
Castigadas pelas coisas que sonhava à toa,
Mas, me deixa castigar meu canto
Que assim eu vivo sonhando numa boa.

sábado, 16 de maio de 2009


Já era noite, e eu a caminho de um lugar qualquer. Feliz.., hoje não sei bem se era como eu me sentia. Mas eu estava bem! Eu estava em paz.., poderia dizer assim. Aguardava o carro que me levaria a uma noite divertida, como muitas outras que passei. Não havia me dado conta de quanto tempo havia se passado e eu parada naquele lugar. O suficiente, para uma mulher se aproximar, e conversar comigo como alguém jamais havia conversado. Conversa de uma mulher desconhecida, de uma mulher que é mãe, mãe da amiga, mãe desconhecida... Ela não se importou em eu ser amiga íntima da filha dela, de nem saber se eu sou confiável. Ela precisava de alguém pra falar... Pra dizer o que estava sentindo. Ela procurava uma resposta, uma solução, uma ajuda. Era tudo súplica... Era história e era súplica. Uma narração confusa, depressa, assustada, e sem fim. Era uma descrição insistente, como se eu não entendesse o que se dizia, e de fato, eu não entendia... Eu ouvia atenta, interessada, preocupada, confusa, compreendia mas não entendia. Não entendia porque não vivia, não vivia o que se dizia. Não era real. Eu sentia, mas não vivia. Um golpe quase fatal...
Aquela mãe, esposa, estranha e conhecida... conhecida, porém, desconhecida. Ela estava seca de lágrimas. Mas, sofria. E o que eu pude entender. Não era nada. Não era a filha, não era o marido. Não era o amante... Não era o amor, não era o desejo, não era medo... O que era? Não era nada. Ela queria chorar, mas não haviam lágrimas. Ela queria sorrir, mas esqueceu como se faz. Ela buscava alguém que a pudesse entender, mas ninguém podia. Não podia a ciência, não podia a fé. Não podia ninguém. Nem ajudar... O que havera acontecido com aquela mulher? Não entendia... E hoje, depois de tanto tempo... Depois de tantos anos... Eu entendo. Eu sei. Apesar, de que, eu não sei o porque. Não sei pra quê. Não sei de onde. Pra onde... Não sei. Voltar a ela pra dizer que sei? Que entendo? Que eu sinto? Que eu vivo? E que não posso ajudar? Não dizer nada... Penso se ela já sabe o que é. Se ela já não vive mais aquilo. Se ela já não vive... Dizer, dizer... E ela não ouvir. E não dizer nada, e não fazer nada. Nem olhar pra mim. Mas eu sei o que ela sentia, eu sei. Será que eu mesma busquei? Será que... Melhor não antecipar possíveis fatos. Ninguém deve entender. Só quem vive, pra saber.

"É um rasgar-lhe a carne inexistente,

Cutucar-lhe a ferida,

Sufocar brutalmente teu grito,

Implorando uma lágrima que em ti não mais habita."

Alba Santos.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Algo só meu.




Parar pra pensar,


Que tanto tempo se passou,


E mesmo com tanto esforço,


Eu nada conquistei... nada restou.